Muito se sabe da pujança vivenciada pelo setor da construção civil em função do bom momento enfrentado pela economia brasileira e de programas governamentais de incentivos fiscais e creditícios. As construtoras claramente vêm buscando acompanhar essa tendência via crescimento orgânico, parcerias estratégias, ou fusões e aquisições de outras companhias.
Considerando a história econômica brasileira, com ciclos de alta e baixa, é aconselhável que o empresário do setor aproveite o momento com o uso da ferramenta de planejamento. Em especial, na análise de oportunidades de fusão ou aquisição de outras empresas.
É bastante disseminada no mundo dos negócios a prática do Valuation, termo em inglês que significa avaliação de empresas. Nada mais é do que o processo de avaliar o valor dos ativos, financeiro ou real, integrantes da empresa a ser vendida.
Antes da concretização da transação, a pedido da compradora, a empresa alvo passa por um processo de Due Dilligence, que significa Diligência Prévia. A ideia é fazer uma investigação formal, que vai além da avaliação econômica, e verificar o cumprimento de aspectos legais, contábeis, fiscais, trabalhistas e ambientais, para minimizar riscos e eventuais passivos futuros.
Independentemente do Valuation ou do Due Dilligence, essas práticas não garantem uma boa integração das empresas. Nesse sentido, esse artigo procura discutir como realizar esse processo sem perda de market share e fuga de talentos. É preciso realizar um projeto do tipo PMI (Post Merger Integration), que foca em alinhar a empresa adquirida à cultura e estilo de gestão da empresa adquirente, mas preservando os pontos fortes como marca, pessoas, capacidade de inovação e carteira de clientes.
Para a empresa adquirente, a compra do concorrente sempre visa ganhar market share e agregar competências complementares. Mesmo assim, lacunas e pontos de melhoria são possíveis de serem identificados. Recomenda-se então a realização de um diagnóstico interno, em ambas as empresas, para identificar lacunas em estratégia, estrutura organizacional, recursos humanos, e em processos comercial, industrial e administrativo-financeiro.
Em paralelo a isso, é recomendável a realização de uma pesquisa de mercado com os clientes estratégicos e segmentos de atuação de ambas as empresas, com vistas a identificar percepções de posicionamento de preço e qualidade de serviços. A voz do mercado é um importante instrumento para evitar possíveis miopias dos executivos internos.
Tendo em mãos a lista final de lacunas e pontos de melhoria, sugere-se a proposição de um modelo de gestão (e estrutura organizacional) para a empresa resultante, que leve em consideração:
- novo corpo diretivo para a empresa resultante;
- admissão e demissão de pessoas conforme a nova estrutura;
- melhorias em processos e rotinas nas áres administrativo-financeira, comercial e industrial;
- rotina de reuniões entre a nova administração da empresa resultante.
Artigo publicado na revista Notícias da Construção, de outubro de 2013. Clique aqui para baixar o PDF